sábado, novembro 29, 2008

Natal é Amor...

Mas olha, vou contar uma coisa pra vocês: é bom demais passar um tempinho com aquela pessoa especial que você gosta muito, e que também gosta de você. Ainda mais fazendo algo especial e agradável.
Na última quinta feira, fomos eu e minha namorada assistir à estréia do espetáculo no Palácio Avenida (aquele HSBC super-famoso na XV de Novembro em Curitiba... meu primo trabalha lá! paguem pau! XD). O espetáculo a que me refiro é aquele com as criancinhas cantando nas janelas com um teatrinho intercalado às músicas. O teatrinho teve participação de Fulvio Stefanini, que interpretou um adulto querendo voltar a ser criança, e para isso deveria passar por algumas provas propostas pelas crianças. O ator lembrou os adultos da época em que se caçava borboletas e passarinhos e outras brincadeiras afins. Certamente são poucas as crianças de hoje que tem a chance de, ou que queiram fazer isso (mesmo que caçar passarinho e borboleta não seja muito ecologicamente correto e vá contra os bons costumes de hoje em dia hehe). Isso, somente, já seria suficiente para emocionar muitas das 20 mil pessoas presentes naquela esquina. Mas não é só isso! (Polishop mode ON hehe) Os efeitos visuais, desde as luzes e cores que mudavam constantemente até bolhas de sabão que chegavam ao último espectador da última fileira do lugar mais longe que se podia ver o prédio, eram um banquete aos olhos (aos cones e bastonetes presentes na retina, se me permitem). Além da música. Ah, a música... Existe elemento mais belo que a música? Na voz de criança ainda (afinada de preferência) é de emocionar, e não tenho vergonha de dizer que realmente me emocionei. Músicas natalinas, de praxe nestas apresentações, já seriam suficientes, mas foram ouvidas cantigas de roda e até parara-párati (aquela de bater as mãos om outra pessoa, que todo mundo se enrola no começo XD). Duas canções foram o cheque-mate. Aquarela, de Toquinho, e A Banda, de Chico Buarque.
Por que? Minha mãe e meu pai, minha infância, a casa velha e o também velho aparelho de som que tocava Blasmusik todo domingo de manhã. Minha mãe, com aquela voz de anjo que não ouço já faz algum tempo, interpreta muitas músicas espetacularmente, e Aquarela é uma das que me fazem lembrar dela com muita emoção. As duas músicas tocavam direto no aparelho de som do meu pai na casa velha e escutá-las faz lembrar de uma época mais simples (clichê, mas verdade). Mas o show de luzes e cores e sons não me deixaram tão feliz quanto a presença de uma única pessoa. Aquela que esteve abraçada comigo o tempo todo, aguentando empurrões, as minhas piadinhas sem graça, e uma hora em pé comigo. Sua presença me fez perceber que se não fosse por ela, eu não teria ido assistir ao show. E não teria lembrado da minha mãe, do meu pai, das noites de natal cantando "Noite Feliz" na casa da minha vó, do meu avô que não vou ver nunca mais, da minha escola e meus antigos amigos, da minha infância... e que não é só por isso que eu a amo, mas tambem porque ela me faz feliz quando está por perto. E quando está por longe também, porque eu sei que está comigo. Pessoas como você, Thaís, não se deve deixar escapar. E EU TE AMO MUITO para deixar escapar!

Palácio Avenida durante o show

quarta-feira, novembro 26, 2008

Energy Drink


ai ai ... Última semana de aulas, milhares de provas, milhares de minutos que não posso perder para estudar. Mesmo assim sobra (ou melhor, eu perco um tempo de sobra) para escrever aqui.
Poucos sabem, e menos ainda acreditam, mas eu estudo razoavelmente bastante para as provas que tenho que fazer em minha cara instituição de ensino superior. Um pequeno empecilho que realiza uma solução de continuidade em minha atividade de aprendizado é a incapacidade de concentração durante o dia, presente na minha personalidade. Em outras palavras, sou um animal noturno. Se os olhos são as portas de entrada do conhecimento então minhas pupilas são dilatadas e os bastonetes são mais desenvolvidos que os cones na camada sensitiva dos meus. O dia tem muito som, muita luz, muito estímulo... é excitante. É aquela luz que entra pela fresta da cortina que atrapalha. É a buzina do carro que não cessa. Eu escuto o canto do pássaro empoleirado no galho da árvore, solitária, no meio de uma emulsão de gritos berrando e luzes piscado, sirenes espremendo-se entre os carros e uma televisão praticamente me invocando para acomodar meus músculos glúteos na superfície acolchoada de um sofá vermelho sangue, coberto com uma camada de poeira levantada da rua. Mas nem na tranquilidade da programação televisiva de um velho com botox o dia levanta a bandeira branca. Porque aquela nesga de luz que entra pela fresta da cortina agora queima minha retina. Então sou obrigado a relaxar meus músculos levantadores das pálpebras superiores e abaixadores das pálpebras inferiores, enclausurar-me na escuridão até que a lua nos separe. Que não se apresente, a bola de prata, pois os 1000 miligramas de Taurina devem estar concentrados na fabricação da intelectualidade. E que assim seja, nas sete noites da semana, até que a mente se apague.